Coincidência das coincidência, tinha hoje pensado escrever sobre gajas. O que os homens pensam das gajas, o que as gajas pensam das gajas, que tipo de gaja sou eu... Podia-me dar para outra coisa qualquer, como por exemplo ir passar a passagem do ano ao Rio de Janeiro, num hotel de 2000 euros por noite, com o Dias "Não é que se me varreu o que é a SNL" Loureiro. Mas como já escrevi em tempos o Relvas tem qualquer coisa que eu não tenho.
Mas conforme ia dizendo, estava eu a pensar debruçar-me sobre a temática do gajedo e deparo-me com este extraordinário vídeo, e pensei: "Alto e pára o baile! Não avistava ninguém tão eloquente, desde, desde... Já sei! Tem a eloquência daquele tamboril fresquinho que comprei o mês passado". Este vídeo veio ainda resolver um dilema pessoal, com o qual me confrontava há muito. Sempre tive alguma dificuldade em definir o conceito de infinito, em quantificá-lo. A partir de hoje isso acabou: a estupidez da Pepa dá-me a exacta percepção do infinito. E só lhe posso agradecer por isso.
Vou escusar-me a mais considerações sobre este tema, pois acho que já tudo foi dito e não me parece que haja assim tantos ângulos para analisar, tendo a cachopa visada a espessura intelectual de uma folha de papel vegetal. Vou no entanto tomar a liberdade de me armar em RTP Memória (o que eu gosto de ver as reposições dos Jogos sem Fronteiras: os tugas a dar grandes abadas a San Marino, o Eládio Clímaco dentro do armário...) e partilhar um post que escrevi em tempos sobre blog's de gaja, numa das mais bem frequentadas residências desta nossa blogosfera, que me parece adequado ao contexto (logo após este texto, sem direito a intervalo).
Concluo com a seguinte mensagem para a Samsung, patrocinadora desta e de outras pérolas, fruto da campanha "Desejos para 2013": Muito embora a máxima "Não há má publicidade" se aplique aqui de forma clamorosa, quanto a mim não há dúvida que poderiam escolher alguém que tivesse efectivamente algo a dizer. Ao contrário do que nos querem fazer crer, o que não falta em Portugal são pessoas inteligentes com ideias para partilhar, ao contrário da Pepa. Quanto à blogger, o que se me oferece dizer é: já vi mentes mais activas num frasco de formol.
E sobre tipo malas clássicas que ficam bem com tudo, foi o que se me ofereceu dizer.
Cá vai então o post antigo, que foi só 30 segundos ao micro ondas para apanhar um calorzinho. Bom proveito!
Aviso à navegação: isto não é um blog de Gaja
Conhecem a história da
Cinderela versão 2010? Não? Passo a relatar:
Era uma vez A Gaja. A Gaja chamava-se Cinderela, Cin para os amigos. A Gaja
Cinderela tinha um emprego entediante, mal pago, e que não a fazia
sentir-se realizada. Não que ela se esforçasse muito (nem muito nem pouco a bem
da verdade) para progredir na carreira. Aliás a alcunha dela era Miss Serviços
Mínimos. Um corte de papel era o suficiente para accionar o seguro para
acidentes de trabalho. Para isso e para uma semana de baixa em casa, a reler a
obra completa da Margarida Rebelo Pinto.
Curiosamente, apesar do seu
salário corresponder a 2 horas no SPA que ela frequentava (por necessidade
absoluta é claro, ela não podia viver sem o seu "Envolvimento em Algas
Orientais" semanal, simplesmente não podia), a gaja conseguia manter um estilo
de vida que faria a Victoria Beckham corar. Ora vejamos:
- Mora num duplex no Chiado,
cujo valor é superior ao PIB do Burkina Faso.
- É cliente frequente de
restaurantes em que o nome dos pratos e a extensão de dígitos na conta são mais
longos que os nomes dos filhos do D. Duarte e da Isabelinha, e a quantidade de
comida é inversamente proporcional.
- O guarda roupa dela foi
avaliado num valor semelhante à ala Egípcia do Louvre, e a quantidade de sapatos
é superior ao número de japoneses de máquina em punho em frente à Mona
Lisa.
- A sua religião também tem um
Santíssima Trindade: Cabelos, Manicure, Maquilhagem. É mais fácil encontrar um
milímetro no corpo da Betty Grafstein que nunca tenha visto um bisturi, que um
descuido no penteado, unhas ou gloss d'A Gaja. Tudo graças a uma parafernália de
produtos cosmésticos high-tech. E high-price, como é óbvio.
Um belo dia, A Gaja entregou um recado
ao chefe com um nome e um número de telefone, o que para a Gaja representava um
desafio da magnitude de uma travessia do Canal da Mancha a nado. O Chefe (que a
tinha recrutado não tanto pelos valores presentes no certificado de
habilitações, mas mais pelo 36 Copa C que se lhe adivinhava debaixo da blusa)
disse-lhe: "Escreve muito bem!". Este elogio tratava-se claramente de uma alusão
à caligrafia, a qual A Gaja tinha aperfeiçoado em detrimento da ortografia. Mas
não foi isso que ela depreendeu.
E então
pensou: É isso. É isso que eu preciso de fazer. Vou escrever. É isso mesmo, vou
escrever. Ainda para mais os blog's são tão trendy, não podiam ser mais fashion!
E vai daí cria um
blog sobre... Sobre... A sua vida. Para quê cansar os neurónios com mais, com um
material tão precioso, tão à mão de semear.
E assim foi, criou um blog sobre
a sua vida, isto é, sítios trendy, spot's fashion, um manancial de informação
sobre as roupas, os cremes e todos as outras coisas que um cartão de crédito
pode comprar e que indubitavelmente mudaram a sua vida. Ou seja, mais
publicidade que as Páginas Amarelas.
And last but not the least, não
nos podemos esquecer do mais importante no blog d'A Gaja: As Relações/ Os
Sentimentos d'A Gaja. Ou para ser mais rigorosa: Os Gajos d'A Gaja e/ou os Gajos
que a Gaja queria mas não conseguiu pôr a unha. Relativamente a este tema há
duas possibilidades:
-
Quando está apaixonada: " O amor é a melhor coisa do mundo (...), só ele me fez
sentir mulher e me leva ao céu todas as noites só com um olhar. O melhor amor
não é o primeiro, é o último (...) agora sim encontrei o homem da minha vida! E
tenho a absoluta certeza que é para sempre (...) a paixão só morre se nós
deixarmos."
- Quando levou com os pés/apanhou-o com
outra/percebeu que ele cheirava mal dos sovacos: "Agora sim sou uma mulher plena
(...) sou livre e posso cuidar de mim e preocupar-me realmente comigo! Sou muito
mais feliz sozinha (...) e hei-de encontrar alguém que me mereça, embora não
precise de um homem para rigorosamante nada, desde que inventaram os
massajadores faciais! Foi bom enquanto durou (...) o tédio matou a relação
inevitavelmente!"
E
basicamente foi isto. Os seguidores empolgados são mais que muitos, as revistas
cor de rosa fúcsia anunciam o endereço do blog como a melhor invenção depois da
roda, o Santo Graal, o elixir da eterna juventude. Vem o livro do
blog, recebe mais convites para
festas que uma ex-mulher/ex-namorada/ex-one night stand de jogador de futebol e
A Gaja vive feliz para sempre...
Pelo menos até perceberem que ela não é
nada sem o corrector ortográfico do Windows, e que existem pelo menos 756 Gajas
iguais a ela só no concelho da Amadora, a fazer mais do mesmo...
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