sexta-feira, 10 de maio de 2013

O Meu Emprego de Sonho é o Quê?



Já dizia a Manuela Azevedo há muito, muito tempo "que o sonho dos meu amigos é ter um GTI". Há quem sonhe com um veículo de belo porte. Há quem sonhe  com um T-bué-assoalhadas no Chiado. Há quem sonhe com uma vivenda com uma piscina de proporções compatíveis com um Phelps. Há quem sonhe com banhos de lojas onde se comercializam blazers que custam o equivalente ao PIB do Liechtenstein.
 

Sim, eu também tenho desejos materiais. Gostava muito de viver uma cena ao estilo Pretty Woman a ser bajulada numa qualquer boutique na Rodeo Drive. Mas trocada a boutique pela Fnac do Chiado, com colaboradores a lançarem-me caixas completas dos Sopranos, edições de coleccionador dos Monty Python ,  a nova reedição da obra completa do Miguel Esteves Cardoso, e uma lista infinita de cd's, com a qual não vos vou cansar. Gostava também de poder viajar com frequência tal, que o meu número de milhas fosse superior à nossa dívida pública.


Mas como sou uma rapariga afortunada, no que à vida pessoal diz respeito, aquilo com que eu sonho mesmo é com "O Meu Emprego de Sonho". Assim mesmo, a merecer maiúsculas: "O Meu Emprego de Sonho". E como é que é "O Meu Emprego de Sonho", perguntam vocês sem conseguir conter o entusiasmo e a curiosidade? Então eu explico:

- "O Meu Emprego de Sonho" tem um Tragabolas em cima da mesa de trabalho;

- "O Meu Emprego de Sonho" tem uma estante com livros e uma montanha de imprensa em que me posso alarvar, qual Fernando Mendes num rodízio;

- "O Meu Emprego de Sonho" tem nas paredes um poster do Justin Bieber ao lado de um outro do Papa Francisco;

- N' "O Meu Emprego de Sonho" eu seria paga para escrever, sendo que, na realidade, se eu pudesse até pagava para isso;

- N' "O Meu Emprego de Sonho" toda a gente se trata por tu e no primeiro contacto perguntam-me o nome e não o meu grau académico;

- "O Meu Emprego de Sonho" não é glamouroso, mas ia dar-me um gozo do c_____lho, e sim poderia usar esta expressão sem recear ataques de virgens ofendidas;

- "O Meu Emprego de Sonho" é como um circo itinerante em que o malabarista e o vendedor de pipocas são uma e a mesma pessoa, mas em muita bom.


Sim, é um sonho. Sim, sinto-me uma camela a atravessar o deserto e a babar-me para um oásis que pode não passar de uma miragem. Mas o sonho comanda a vida. Ou, pelo menos, eu estou a tentar que comande a minha. E isso é de valor, ou não?

E sobre "O Meu Emprego de Sonho", foi o que se me ofereceu dizer.

quarta-feira, 3 de abril de 2013

Nem as moscas...

Aprendi uma expressão em tempos, que se adequa ao presente momento que nem uma luva: "Baralha, baralha, baralha e sai sempre a mesma carta: estúpido!" E a propósito do regresso da nossa mais recente Linda de Suza a.k.a. José Sócrates, pus este texto no micro ondas 30 segundinhos, et voilá. A triste conclusão é que nem as moscas mudaram...

E sobre jantares requentados, foi o que se me ofereceu dizer...


"Papa condecora Cavaco Silva e José Sócrates"
Expresso, 28 de Agosto de 2010






Sim, eu sei, é um facto. As condecorações são tão difíceis de obter como os brindes do HappyMeal. Ou uma doença venérea na cama da Elsa Raposo.





Tenho praticamente a certeza que fui das poucas, senão a única, a não receber um galhardete das mãos do nosso soporífero ex-Presidente Sampaio. Tenho a secreta convicção que ele decidiu atribuir uma condecoração por cada sarda que tem no corpo. Se não fossem as ilhas, a sua missão teria ficado aquém.





Mas justiça seja feita ao Alemão de branco. A distinção de Cavaleiro de Ordem Piana não poderia estar melhor entregue que ao Prof. Enfarda Bolo-Rei/ Sr. Gosto mais de um tabuzinho que de um D. Rodrigo, também conhecido por Aníbal Cavaco Silva.





Por sua vez, a nomeação de Cavaleiro de Ordem de São Gregório não podia estar em melhores mãos que as do Sr. Manso é a tua tia e Quem diz é quem é/ Eng. "O Inglês Técnico é uma treta, pá!", isto é, José Sócrates.



 

Estes nossos representantes, eleitos democraticamente (e aqui ponham a mão direita em cima do coração enquanto repetem Mea culpa, minha tão grande culpa), são os "Perca Peso,Pergunte-me Como" da Igreja Católica. São os melhores angariadores que Ratzinger podia pedir a Deus (se calhar encomendou-os mesmo ao Grande, tipo La Redoute Celestial...).





Não me consigo lembrar de ninguém que aproxime tanto o povo luso da Santa Madre Igreja, como estes dois "Cavaleiros". É impossível passar um dia sem ouvir alguém dizer "Este Governo é de bradar aos Céus!" ou "Se estivermos à espera que o Cavaco resolva alguma coisa, valha-nos Deus!"




Não se deve subestimar o poder evangelizador de um mau Estadista ou de um Político incompetente. Nada para pôr o País de joelhos e levantar as mãos ao alto, como uma Comunicação ao País do nosso Presidente ou do nosso Primeiro.





Jesus Cristo disse a Pedro "Vai e Espalha a Palavra!" Palpita-me que Bento XVI segredou ao ouvido do Aníbal e do José "Governem e Espalhem o Medo!" (favor ler com sotaque de Coronel da Gestapo)

sexta-feira, 22 de março de 2013

Sobre a absoluta necessidade de usar a palavra poia quatro vezes num texto






Caríssimos, hoje é dia de divã virtual e vocês estão indigitados como meus Freud's, quer queiram quer não. O que vos vou relatar sucedeu aqui há dias, e deixou-me qual mulher de Almodóvar, à beira de um ataque de nervos. E como o primeiro passo é assumir o problema, aqui me desbronco junto a vós, na expectativa de manter a minha sanidade mental acima da linha de água. Já o meu Sporting, não sei se terá a mesma sorte... Mas adiante. Vamos aos factos.


Era uma noite  fria e chuvosa. Voluntariosa como só eu, não obstante a precipitação que se abatia, ofereci-me para abrir o portão para que o excelso marido estacionasse o carro, e as excelsas crias não se molhassem. Graças a uma visão tão aguçada como a do olho de vidro do José Cid, vislumbro junto ao meu belíssimo malmequer aquilo que me parece ser, perdoem-me o vocábulo coloquial, uma poia de dimensão mediana. Numa fracção de segundo, questiono-me mentalmente como é que a dita poia teria ido ali parar, visto que o canídeo lá de casa se encontrava preso, consequência da sua capacidade destruidora apenas comparável a alguns fenómenos sísmicos de alta cilindrada (a coisa é de tal forma, que tenho de avisar a Protecção Civil quando o solto. É alerta laranja, na certa...).


Eis senão quando, detecto com a minha mira de lince vendado, algo que não se coadunava com a tese da poia: um par de olhos! Não, não eram fezes. Era um sapo! Agora vamos contextualizar: eu tenho pavor, fobia, terror, cagunfa, miaúfa, téfe-téfe de sapos!  Para que percebam a gravidade da situação, um dos episódios mais traumatizantes/humilhantes da minha vida, ocorreu no Cinema Monumental durante o visionamento do filme (excelente, diga-se) "Magnólia", onde como certamente se recordarão ocorre uma chuva dos ditos batráquios. Meus amigos, vou tentar descrever a minha reacção de forma eficiente: para ser uma imitação perfeita da cachopa do "Exorcista", só me faltou vomitar verde. Se esta fobia é característica de indivíduos da etnia cigana, não passo de hoje sem piratear a discografia completa dos Ciganos D'Ouro, a ver se me ligo às minhas raízes.


Mas voltemos ao episódio que aqui me trouxe: após a constatação de que se tratava de um sapo e não de uma poia, segue-se um surto psicótico que me é difícil de descrever, pois reabre a ferida. A Júlia Pinheiro, a Cristina Ferreira, e todas as peixeiras do Bolhão encarnaram em mim. O Inferno de Dante aconteceu no meu jardim. Não fosse o meu super herói de serviço ter afastado aquele vilão peçonhento, eu não estaria aqui para contar a história. E querem as Cosmopolitans e afins convencer-me que um homem não faz falta. Queria ver um massajador facial a salvar-me a vida, como o meu marido fez. Justiça houvesse, e o Cavaco Silva havia de distingui-lo, com medalha ao peito e tudo. Mas para bicho repelente nesta história, já basta o sapo.


Pois é. Agora cada vez que saio de casa, parece que estou num teatro de guerra. É ver-me a olhar para todos os lados à coca de um sniper saltitão, a pisar o meu pátio como se de um campo de minas se tratasse, sempre em alerta máximo. E saliento que não tenciono baixar a guarda, apesar de todos os que me rodeiam insistirem em garantir que o bicho é inofensivo, só ataca quando atacado, que é só nojento, asqueroso e peçonhento. Não me admirava nada que tivessem usado estas mesmas palavras para sossegar o recém-desempregado Nuno Santos, quanto ao Miguel Relvas. Viram no que deu?


E sobre animais-abjectos-que-inspiraram-músicas-cantadas-pela-pequena-Maria-Armanda, foi o que se me ofereceu dizer...



quarta-feira, 13 de março de 2013

Eu, bomba-relógio, me confesso...






Vou estar, praticamente, 72 horas longe do meu excelso marido. Até à data, nunca tal coisa tinha acontecido. Sim, ele já me anda a gramar há mais de uma dúzia de anos e nunca estivémos mais de 24 horas separados. E ainda ninguém enlouqueceu no processo, o que, parecendo que não, é positivo.

 
A distância, por vezes, faz com que relativizemos aquelas pequenas coisas que nos irritam tremendamente, e ao fim e ao cabo, são tão importantes como a taxa de natalidade das lesmas no Burkina Faso. E eis que consequência da referida distância do meu mais-que-tudo, fui atingida por um raro momento de sensatez e clarividência, qualidades que estão para mim, como a eloquência e um bonito penteado estão para o Jorge Jesus.

 
Venho assim por este meio elencar algumas das coisas que por norma me deixam à beira de um ataque de nervos,  com o temperamento de um Etna, em modo bomba relógio sem fio vermelho e azul que possa ser cortado. Passo a enumerar:
 
- "Amor, vem para a mesa!"/ "Já vou!" (pausa de 10 minutos e o puré a tranformar-se num iceberg) "Querido, anda lá que está a arrefecer!"/ "Sim, vou a caminho!" (pausa de 10 minutos e a minha paciência a evaporar-se à velocidade do molho do assado) "É pá, já te chamei!"/ "Ai, era agora?" ( Nota: quando é a Exa. a fazer o jantar, os convivas têm de estar sentados à mesa a aguardar o repasto, antes mesmo do tacho estar ao lume, qu' "isto é bom, é quentinho!"...)

- "Tem que se arrumar o armário..."/ "Tem que se limpar o frigorífico..."/ "Tem que se ligar para lá a marcar consulta..."/"Tem que se isto, tem que se aquilo, tem que se aqueloutro.." Traduzindo de maridês para linguagem corrente: "Tens que fazer que tens tanto jeitinho, e eu tão pouca vontadinha..." Estarão a achar que o senhor cá de casa não faz nada na própria: é mentira. Ele quando tem que fazer faz, quando quer que eu faça, diz que tem que se...

- "Vamos ver um filme,querido?"/ "Vamos, pois! Quando acabar o jogo, chamo-te!" (...) "Então, o jogo começou às 7, são 9, ainda não acabou?"/ "Tou a ver a Flash Interview, bébé!" (...) "E agora?"/ "Um resumo da liga espanhola."/ "????"/ "Ó querida, tá a jogar o Falcão!" (...) "Então, e agora?"/ "Deixa ver se o Villa-Boas se safa." (...) " Querida, é só ver as notícias do Porto..." (...,...,...) "Então, que filme vamos ver?"/ "Escolhe o que quiseres, querida, eu vou adormecer de certeza..."/ "F#$% -s#!!!!!"


E quando me pergunta porque é que eu estou a fumar outra vez, o que me dá vontade de fumar um maço antes que ele tenha tempo de dizer "o mal que isso te faz"; e quando me quer arrancar da cama "porque as manhãs são para aproveitar", e eu concordo em absoluto, são para aproveitar... para dormir; e quando me diz que não, só para não me dizer sempre que sim "senão ficas mal acostumada", e quando me diz que não me dá flores, senão "ciumenta como és, ficas a pensar que eu me meti com a secretária"...


Pois é, mas tendo em conta que estou em modo Laurindinha vai à janela, passei o dia a ouvir o "Ok Computer" dos Radiohead (desde 97 a apoiar-me nas dores de corno, cotovelo, azia e afins), vou ver "As Pontes de Madison County" pela 348ª vez, acompanhada por uma caixa de Kleenex e um bom de um tinto alentejano, venho aqui publicamente declarar que não me voltarei a irritar por estas e outras nulidades.


As saudades têm destas coisas (e o vinho também), pelo que prometo solenemente tentar domesticar este mau feitio que ando a cultivar há 33 anos, em favor de quem me deu os melhores anos da minha vida, desde que se decidiu a aturar-me.


E sobre sôdade, foi o que se me ofereceu dizer.


PS: Quando o visado ler isto (ele que me conhece melhor que ninguém) saberá, sem sombra para dúvidas, que há duas coisas que não vão mudar: o meu mau feitio, e o meu amor...
 

sexta-feira, 22 de fevereiro de 2013

Pimp my provérbio...







O que vos tenho para oferecer hoje, é estupidez no seu estado mais puro.Criei um exercício de idiotice, como há muito não há memória. Rufo de tambores: apresento-vos o tunning de provérbios. 

O que me proponho fazer é pegar em adágios que todos conhecem e espetar-lhes um aileron, quitar as velhas máximas com woofers, sub woofers, mega woofers. Podia dar-me para andar atrás do presidente da junta a cantar  a pedra filosofal, mas não. Deu-me para isto...

Então cá vai. Em itálico, o up-grade (ou down grade, you tell me...):


A cavalo dado, junta-se molho de tomate, massa, queijo ralado e vai ao forno 20/30 minutos.

Casa roubada, nomeação para secretário de Estado à porta.

A ocasião faz o administrador do BPN.

A licenciatura do Relvas tem perna curta.

Águas passadas não movem o Jorge Palma.

Agora é que a Ana Malhoa torce o rabo.

Mais depressa se apanha um Lance Armstrong, que um plantel do Sporting.

O Oscar Pistorius de manhã é ouro, ao meio-dia é prata, à noite mata. 

A pressa é inimiga do orgasmo.


Então, não vos enganei, verdade? É ou não é do mais parvo que anda aí na praça? É certo que volvida uma semana em que a net foi invadida por vídeos de indíviduos, que aparentam estar a levar choques eléctricos no períneo, a parada estava alta. Mas como uma vez ouvi dizer (já não me recordo se foi um jogador de futebol, um concorrente de um reality show, ou uma alfarroba, varreu-se-me...), dei o meu melhor de mim.

 E sobre tunning de provérbios, por hoje, é o que se me oferece dizer.




terça-feira, 19 de fevereiro de 2013

Já foste...








Eu sei que o desemprego neste momento é um flagelo quase tão grave como os blazers do Goucha. Que quem tem um emprego deve rezar uma Avé Maria e três Pais Nosso todos os dias, ao mesmo tempo que dá dois mortais encarpados e um flick flack de costas, como forma de agradecimento. Eu sei disso tudo.

Mas caso não tenham reparado eu sou do contra, ou então sou só parva, agora escolha (que saudades de ver a Vera Roquette, enquanto comia pão com Tulicreme...)! Por isso o post de hoje é serviço público: uma minuta para se despedirem desse emprego que vos dá o mesmo prazer que degustar um risotto de tijolos. Está por aí alguém que gosta tanto do que faz como de lamber sabão Clarim? Este post é para ti, jovem (isto soou um bocadinho a anúncio para recrutar GNR's, não foi? Cool!)!

E sobre trabalhos que nos fazem rejubilar, tal qual oito horas a rebolar numa cama de pregos, é isto que se me oferece dizer:


Exma. Entidade Patronal,

Pensei muito e tomei uma decisão. Não foi fácil, mas creio que é o melhor para os dois: quero o divórcio, quero eu dizer, apresento a minha demissão. O motivo parece-me óbvio: diferenças irreconciliáveis. 

O problema não és tu, sou eu. Sou eu que já não te posso ser fiel. Fui eu que me enganei ao longo de todo este tempo, tentando convencer-me que mesmo sem amor, quero eu dizer, vocação, poderia dar certo. Estava errada, tão errada...

Mas está na hora de acabar com este casamento de fachada, quero eu dizer, com este contrato sem termo. Não te quero magoar,mas não seria honesto da minha parte continuar a viver nesta farsa. Certamente não faltarão candidatos a ocupar o meu lugar, e dar-te-ão o devido valor.

Os meus amigos há muito suspeitavam, viam-me triste, cabisbaixa. As opiniões dividem-se entre os sonhadores e os cépticos. Uns acham que eu posso ser feliz com outra, outros acham que eu não arranjo melhor (terão também casamentos de conveniência, quero eu dizer, trabalhos que não suportam?).

Custa-me a admiti-lo, mas de facto foi o dinheiro que me moveu. Ofereceste-me estabilidade, segurança... Sem paixão, tudo não passou de uma união por interesse. De todo o modo, cumpri com os deveres celebrados no dia em que nos casámos, quero eu dizer, em que assinei o contrato. Foi um dia bonito, cheio de esperanças e sonhos, aliás, como são sempre estes dias.

Mas tu também tens a tua quota-parte de culpa. Rapidamente perdeste o interesse, e começaste a tratar-me como mais uma, e não Aquela. Fizeste-me sentir substituível, descartável, e não há mulher nenhuma, quer dizer, colaboradora, que goste de se sentir assim. 

Espero que fiquemos amigos, quero eu dizer, que consigamos uma rescisão amigável. Não te quero mal, mas já não te posso ver.


Cordialmente,


(assinatura)

terça-feira, 22 de janeiro de 2013

Notícias Extra, das mais ordinárias

 





"Só quem não decide, é que não erra!"
 
 
Bonita frase, não? Profunda mesmo, dirão. De facto é profunda, pois se alguém percebe de buracos é o autor da mesma: Pedro Passos Coelho. E a que propósito vem citada frase perguntam vocês em coro? Sim,  escusam de estar a fazer pouco, há  toda uma multidão a ler isto no Burkina Faso, onde os meus escritos têm muita saída. Não sou nem a primeira nem a última que não merece o reconhecimento dos seus compatriotas, e é no estrangeiro que atinge o estrelato: podemos dizer que sou como os Moonspell da escrita, mas gasto significativamente menos em eyeliner.
 
 
Voltando à vaca fria (neste caso ao boi), escolhi esta frase porque decidi hoje escolher algumas notícias para destacar aqui na minha chafarica. Podem não ser as mais importantes, as mais polémicas ou podem mesmo achar que não interessam nem ao menino Jesus, mas a minha consciência ditou-me esta escolha e eu obedeci. Lá está, deve ser mais ou menos este o mecanismo de decisão do Passos Coelho, só que na ausência de consciência arranjou uma alemã para cumprir à função.
 
 
E os destaques são estes:
 
 
Viajava com doentes pelo “turismo sexual”:  Ex-autarca do Alandroal João Nabais começa a ser julgado em fevereiro
 
Ora aqui o nosso benemérito autarca levava munícipes a Cuba para tratamentos oftalmológicos, e de caminho gastou mais de 100.000 dos cofres do Alandroal a lavar a sua própria vista com Consuelitas, e Mari Carmens, e Paquitas  e... O Sr. José e a D. Maria vieram de Cuba com menos dioptrias, e o Presidente trouxe de recuerdos sífilis e gonorreia.
 
 
José Manuel Coelho veste-se de ‘irmão metralha’
 
Ora aqui o nosso amigo foi condenado a pena suspensa, basicamente por chamar os bois pelos nomes (quando falo de política vou sempre parar à temática do gado, será coincidência?). Vai daí, o amigo Coelho decidiu ir para o Parlamento Regional vestido de presidiário (nota: sim, ele está de presidiário e não de metralha, sr. jornalista). Se a moda dos disfarces pega entre os nossos polícos... Já estou a imaginar a nossa Assembleia: o Passos Coelho disfarçado de Pavarotti, já que gosta tanto de cantar, o Paulo Portas de Catherine Deneuve já que gosta tanto de...
 
 
Maçonaria ‘namorou’ Passos e Seguro
 
Para além do péssimo gosto para os aventais (que aquilo não lembra nem ao diabo, completamente demodé), olha que belo par de jarras eles foram namorar. Sim, eu sei, não é um namoro na verdadeira acepção da palavra, estava a fazer uma piadola. Eles estavam interessados no capital intelectual dos líderes partidários. Espera aí, estavam interessados no capital intelectual! Ha, ha, ha, ha, ha, ha, ha, ha, ha, ha, ha, ha, ha, ha, ha, ha, ha, ha, ha, ha, ha,ha, ha, ha, ha, ha, ha, ha! Pronto, já chega.

 
Izmailov falha encontro com V. de Setúbal: Russo era do Sporting aquando do adiamento do jogo
 
Esta notícia parte claramente de um pressuposto errado: o Marat "Ai, que me dói" Izmailov ou Izmaylov não é, nem nunca foi do Sporting. Durante 99% do tempo que vestiu verde e branco, o russo tinha a atitude em campo, tal qual aquela mulher que ao chegar à cama e sentir o bafo quente do senhor lá de casa no pescoço, é assolada pela "maldita dor de cabeça". E depois passa a noite a sonhar com o George Clooney.
 
 
E por hoje, foi o que me ofereceu dizer.
 
 

segunda-feira, 14 de janeiro de 2013

Eu, jagoza, me declaro!

 
 
                        Ericeira
 
 
 
Às vezes, o Facebook pode ser uma coisa bestial. E não, não estou a falar de imagens de gatinhos, frases cheias de verdades absolutas, fotografias "do comer", vídeos que dão à idiotice toda uma dimensão intergalática... Bem, acho que este assunto terá de ficar para uma próxima. Lembrete mental, check. 
 
 
Como eu dizendo, ainda é possível encontrar coisas efectivamente interessantes na rede. E foi o que aconteceu quando me deparei com estes Clássicos da Ericeiramote para o post de hoje. Bem escrito, com bons conteúdos, e ainda por cima, falou-me ao coração. Sim, eu tenho coração, apesar dos meus ódios de estimação por vezes me obrigarem a derramar descargas de bílis. Há quem tenha alergia aos fenos, a mim a estupidez faz-me espirrar post's.
 
 
Adiante, embora não seja jagoza de nascença (jagoz/jagoza:termo coloquial que se atribui aos naturais da Ericeira), esta terra adoptou-me de tal forma que pouco tempo depois de  cá aterrar, não consigo viver sem algumas coisas: os meus próprios clássicos da Ericeira. A saber:
  • Acordar a ver a minha praia, sentar-me na minha esplanada e ouvir os surfistas e os pescas a mandar bitaites. Embora de maneiras diferentes, igualmente prazeirosos de se ouvir;
  •  
  • Beber  a minha bica pingada no "Pão da Vila" e das duas uma: comer uma bola de berlim e auto-flagelar-me durante o resto da manhã, ou resistir e passar o resto do tempo a babar-me para a vitrine, qual oásis no deserto;
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  • Ir ao mercado comprar legumes e ser tratada por "filhinha" e "minha querida", enquanto me estendem molhos de salsa e coentros a custo zero. Sim, eu sou tuga, uma bela borla é coisa para me deixar feliz;
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  • Entrar no mercado, no andar do peixe, e ter as peixeiras a enfiar-me guelras de todo o tipo de peixe pelas retinas e/ou narinas adentro, de forma a comprovar a frescura: "Ó menina, este sargo ainda mexe!";
  •  
  • Ir á Loja da Amélia, onde a própria da Senhora nos trata como se estivéssemos a entrar na sua sala de estar. Comprar as melhores azeitonas do mundo, e usufruir duma verdadeira Torre de Babel de pronúncias, onde se ouvem locais "né, prima" e tios "Pl'amor de Deus, não tem xuxu?" (sim, eu ouvi isto, não é caricatura!);
  • Lagartar numa qualquer esplanada dos Navegantes, enquanto se lê o jornal, um livro ou simplesmente se aprecia a conversa dos adolescentes da mesa ao lado, que dizem mais vezes "tipo" que o Vítor Gaspar diz "corte".
  • Aproveitar aquele solzinho de Março/Abril, que nos faz tirar a toalha de praia do armário, pouco depois de ter arrumado a árvore de Natal na dispensa. Ao mesmo tempo, ser jagoz é ir para a praia em pleno Querido Mês de Agosto, sabendo à partida que a qualquer momento pode começar a chover como se não houvesse amanhã;
  • Apoiar o  Grande Ericeirense, ver os jogos com  o melhor do ambiente de Liga dos Últimos (vamos em terceiro, atenção!): minis, sexagenários a gritar "És um ganda ranho!" , bifanas, ameaças de decapitação ao guarda-redes da equipa adversária... Que melhor maneira de passar um domingo à tarde? Força, Frente Jagoza!
  • Ir beber só uma mini ao final de tarde a Ribeira d'Ilhas, e chegar a casa às quatro da manhã a fazer a mais perfeita das imitações da filha do Eusébio. E polémicas municipais à parte, a tradição vai continuar a ser o que era, apenas mudou para São Lourenço;
  • Jantar no Monsieur Gerard, ser recebida com aquele adorável sotaque e ver como até mesmo a Ericeira pode ser cosmopolita: comer uma especialidade turca, servida por um luxemburguês, na costa portuguesa. Como não cair de amores por um sítio destes? Já para não falar do tinto da casa! Enfim...
  • Last, but not the least, my personal favorite: YouTube ao vivo nas Furnas. Juntar um dia de mar bravo e turistas a tentar captar belos momentos kodak na arriba. Encontrar um assento confortável e disfrutar o espectáculo: molhas verdadeiramente épicas. Ha, ha, ha, ha, ha, ha, ha (imaginar riso maquiavélico)!!!!
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E sobre a minha Ericeira, foi o que se me ofereceu dizer.
 

sexta-feira, 11 de janeiro de 2013

Desejos para 2013...

 
 
 
 
 
Coincidência das coincidência, tinha hoje pensado escrever sobre gajas. O que os homens pensam das gajas, o que as gajas pensam das gajas, que tipo de gaja sou eu... Podia-me dar para outra coisa qualquer, como por exemplo ir passar a passagem do ano ao Rio  de Janeiro, num hotel de 2000 euros por noite, com o Dias "Não é que se me varreu o que é a SNL" Loureiro. Mas como já escrevi em tempos o Relvas tem qualquer coisa que eu não tenho.
 
 
Mas conforme ia dizendo, estava eu a pensar debruçar-me sobre a temática do gajedo e deparo-me com este extraordinário vídeo, e pensei: "Alto e pára o baile! Não avistava ninguém tão eloquente, desde, desde... Já sei! Tem a eloquência daquele tamboril fresquinho que comprei o mês passado". Este vídeo veio ainda resolver um dilema pessoal, com o qual me confrontava há muito. Sempre tive alguma dificuldade em definir o conceito de infinito, em quantificá-lo. A partir de hoje isso acabou: a estupidez da Pepa dá-me a exacta percepção do infinito. E só lhe posso agradecer  por isso.
 
 
Vou escusar-me a mais considerações sobre este tema, pois acho que já tudo foi dito e não me parece que haja assim tantos ângulos para analisar, tendo a cachopa visada a espessura intelectual de uma folha de papel vegetal. Vou no entanto tomar a liberdade de me armar em RTP Memória (o que eu gosto de ver as reposições dos Jogos sem Fronteiras: os tugas a dar grandes abadas a San Marino, o Eládio Clímaco dentro do armário...)  e partilhar um post que escrevi em tempos sobre blog's de gaja, numa das  mais bem frequentadas residências desta nossa blogosfera, que me parece adequado ao contexto (logo após este texto, sem direito a intervalo).
 
 
Concluo com a seguinte mensagem para a Samsung, patrocinadora desta e de outras pérolas, fruto da campanha "Desejos para 2013": Muito embora a máxima "Não há má publicidade" se aplique aqui de forma clamorosa, quanto a mim não há dúvida que poderiam escolher alguém que tivesse efectivamente algo a dizer. Ao contrário do que nos querem fazer crer, o que não falta em Portugal são pessoas inteligentes com ideias para partilhar, ao contrário da Pepa. Quanto à blogger, o que se me oferece dizer é: já vi mentes mais activas num frasco de formol.
 
 
E sobre tipo malas clássicas que ficam bem com tudo, foi o que se me ofereceu dizer.
 
 
 
Cá vai então o post antigo, que foi só 30 segundos ao micro ondas para apanhar um calorzinho. Bom proveito!
 
 

Aviso à navegação: isto não é um blog de Gaja

 
Conhecem a história da Cinderela versão 2010? Não? Passo a relatar:
 
Era uma vez A Gaja. A Gaja chamava-se Cinderela, Cin para os amigos. A Gaja Cinderela tinha um emprego entediante, mal pago, e que não a fazia sentir-se realizada. Não que ela se esforçasse muito (nem muito nem pouco a bem da verdade) para progredir na carreira. Aliás a alcunha dela era Miss Serviços Mínimos. Um corte de papel era o suficiente para accionar o seguro para acidentes de trabalho. Para isso e para uma semana de baixa em casa, a reler a obra completa da Margarida Rebelo Pinto.
 
 
Curiosamente, apesar do seu salário corresponder a 2 horas no SPA que ela frequentava (por necessidade absoluta é claro, ela não podia viver sem o seu "Envolvimento em Algas Orientais" semanal, simplesmente não podia), a gaja conseguia manter um estilo de vida que faria a Victoria Beckham corar. Ora vejamos:
- Mora num duplex no Chiado, cujo valor é superior ao PIB do Burkina Faso.
- É cliente frequente de restaurantes em que o nome dos pratos e a extensão de dígitos na conta são mais longos que os nomes dos filhos do D. Duarte e da Isabelinha, e a quantidade de comida é inversamente proporcional.
 
- O guarda roupa dela foi avaliado num valor semelhante à ala Egípcia do Louvre, e a quantidade de sapatos é superior ao número de japoneses de máquina em punho em frente à Mona Lisa.
- A sua religião também tem um Santíssima Trindade: Cabelos, Manicure, Maquilhagem. É mais fácil encontrar um milímetro no corpo da Betty Grafstein que nunca tenha visto um bisturi, que um descuido no penteado, unhas ou gloss d'A Gaja. Tudo graças a uma parafernália de produtos cosmésticos high-tech. E high-price, como é óbvio.
 
 
Um belo dia, A Gaja entregou um recado ao chefe com um nome e um número de telefone, o que para a Gaja representava um desafio da magnitude de uma travessia do Canal da Mancha a nado. O Chefe (que a tinha recrutado não tanto pelos valores presentes no certificado de habilitações, mas mais pelo 36 Copa C que se lhe adivinhava debaixo da blusa) disse-lhe: "Escreve muito bem!". Este elogio tratava-se claramente de uma alusão à caligrafia, a qual A Gaja tinha aperfeiçoado em detrimento da ortografia. Mas não foi isso que ela depreendeu.
 
 
E então pensou: É isso. É isso que eu preciso de fazer. Vou escrever. É isso mesmo, vou escrever. Ainda para mais os blog's são tão trendy, não podiam ser mais fashion! E vai daí cria um blog sobre... Sobre... A sua vida. Para quê cansar os neurónios com mais, com um material tão precioso, tão à mão de semear.
 
 
E assim foi, criou um blog sobre a sua vida, isto é, sítios trendy, spot's fashion, um manancial de informação sobre as roupas, os cremes e todos as outras coisas que um cartão de crédito pode comprar e que indubitavelmente mudaram a sua vida. Ou seja, mais publicidade que as Páginas Amarelas.

And last but not the least, não nos podemos esquecer do mais importante no blog d'A Gaja: As Relações/ Os Sentimentos d'A Gaja. Ou para ser mais rigorosa: Os Gajos d'A Gaja e/ou os Gajos que a Gaja queria mas não conseguiu pôr a unha. Relativamente a este tema há duas possibilidades:
 
- Quando está apaixonada: " O amor é a melhor coisa do mundo (...), só ele me fez sentir mulher e me leva ao céu todas as noites só com um olhar. O melhor amor não é o primeiro, é o último (...) agora sim encontrei o homem da minha vida! E tenho a absoluta certeza que é para sempre (...) a paixão só morre se nós deixarmos."
 
- Quando levou com os pés/apanhou-o com outra/percebeu que ele cheirava mal dos sovacos: "Agora sim sou uma mulher plena (...) sou livre e posso cuidar de mim e preocupar-me realmente comigo! Sou muito mais feliz sozinha (...) e hei-de encontrar alguém que me mereça, embora não precise de um homem para rigorosamante nada, desde que inventaram os massajadores faciais! Foi bom enquanto durou (...) o tédio matou a relação inevitavelmente!"
 
 
E basicamente foi isto. Os seguidores empolgados são mais que muitos, as revistas cor de rosa fúcsia anunciam o endereço do blog como a melhor invenção depois da roda, o Santo Graal, o elixir da eterna juventude. Vem o livro do blog, recebe mais convites para festas que uma ex-mulher/ex-namorada/ex-one night stand de jogador de futebol e A Gaja vive feliz para sempre...
 
 
Pelo menos até perceberem que ela não é nada sem o corrector ortográfico do Windows, e que existem pelo menos 756 Gajas iguais a ela só no concelho da Amadora, a fazer mais do mesmo...
 
 
 
                                  

domingo, 6 de janeiro de 2013

Porque hoje é domingo, eu Jó me confesso...






Porque hoje é domingo, e apenas e só por isso, gostaria de partilhar convosco uma  teoria com a qual me ando a debater de momento. Não se trata de uma teoria da conspiração, atente-se. Qualquer possibilidade de me assemelhar ao Mel Gibson é coisa para me tirar o sono durante a próxima década. E o que eu gosto de dormir... Gosto quase tanto de dormir como a Teresa Guilherme gosta da Selecção Sub-21 (de qualquer país, suspeito).
 
 
Para quem não sabe, eu sou sportinguista. Lagarta. Verde de corpo e alma. Sou tão sportinguista, tão sportinguista que passei a apreciar o trabalho do Tomás Taveira, desde que desenhou o Alvalade XXI. E não estou a falar do trabalho cinematográfico, o qual não deve ser desprezado. A indústria de óleo de amêndoas doces devia erguer uma estátua ao arquitecto, que de forma tão altruísta levou este produto tão português mais fundo.
 
 
Sou tão sportinguista, tão sportinguista que consigo ouvir o Miguel Ângelo a cantar o Sopro do Leão, sem me bolsar. E atenção que sou apologista da tese de Ricardo Araújo Pereira, que como fulgurante estrela Pop, o vocalista dos Delfins já nos está a dever uma overdose fatal há mais de duas décadas. E o Miguel Gameiro, um salto de queda livre sem páraquedas . E o Paulo Gonzo, uma asfixia erótica levada longe demais. Digo eu...


Bem, mas deixemo-nos de pensamentos felizes. Conforme ia dizendo, sou sportinguista até ao baço, e como é óbvio não sou indiferente à verdadeira hecatombe que está a assolar o meu clube. É tão seguro manter o Godinho Lopes na chefia do SCP, como pôr o Carlos Cruz a treinar as camadas jovens. Está mais que visto que alguém vai acabar entalado...


Então, cá vai a minha teoria que está-se a fazer tarde e tenho de ir pôr o jantar ao lume: ser sportinguista é ter uma costela de Jó. Conhecem o Jó? Não, não é aquele gajo de Odivelas que desbloqueia telemóveis por 10 euros. Jó é uma personagem bíblica. Embora eu não seja católica, acho a Bíblia uma boa fonte de material, tipo as novelas da TVI. É grande que nunca mais acaba, os enredos não fazem  sentido, são sempre as mesmas caras, resumindo, um fenómeno de audiências.


Para quem não viu este episódio, a história de Jó é mais ou menos isto: Jó levava uma vida de lorde, tinha dez belos filhos e possuía sete mil ovelhas, três mil camelos, quinhentas juntas de bois e quinhentas jumentas (sei que parece a descrição da plateia de um congresso do PSD, mas acho que o congresso leva mais jumentos). E para cúmulo dos cúmulos era um gajo certinho, ao estilo vizinho do Homer Simpson. Ora Deus exibiu Jó a Satanás como a última Coca-Cola do deserto, ao que Satanás responde qualquer coisa como: Com a vida que ele leva, também eu me portava com juizinho. Nisto, o Omnipotente fica picado e aposta cem biscas, em como Jó continuaria direito, mesmo que a vida dele desse para o torto.


Vai daí, Satanás tira ao desgraçado do Jó a sua saúde, os filhos e todo o gado (este Satanás, assim de repente, não vos faz lembrar um certo ministro, monocórdico até à medula e extremamente parecido com uma certa personagem protagonizada pelo Rowan Atckinson? Esqueçam, se calhar é impressão minha).  Mesmo assim, Jó continuou a portar-se com imenso juízo, o que é coisa que até a mim me dá nos nervos, agora imaginem ao Satanás. 


O Chifrudo não vai de modas e brinda Jó com, e passo a citar:  úlceras malignas, desde a planta do pé até o alto da cabeça. Toma lá, que já almoçaste! E mesmo assim o Jó, hirto e firme que nem uma barra de aço qual Prof. Alexandrino, continuou ali na linha, bondoso até à náusea, um verdadeiro portento. Assim, Satanás meteu a viola no saco, e Jó recebeu uma verdadeira montra de prémios à la Preço Certo : Deus devolveu a Jó em dobro a tudo quanto antes possuía de bens materiais, além de vir a ter outros sete filhos e três filhas, as quais vieram a ser consideradas como as mais belas da época. E quanto a Jó, ele viveu cento e quarenta anos, e morreu velho e farto de dias.


Pois é! É por isto que eu me sinto com uma costela de Jó. Aliás, ultimamente sinto-me com uma costela, o sistema digestivo, dois terços do sistema respiratório... Ora vejamos: o Sporting passou 18 anos sem ganhar ponta de corno, e a malta aguentou estóicamente. Acreditámos, iludidos, que nada poderia ser pior e levamos com esta magnífica Direcção e respectivo Conselho Leonino, que não são mais que úlceras malignas, desde a planta do pé até o alto da cabeça do meu amado clube.


Termino, no entanto, com uma mensagem de esperança. Creio que há uma luz ao fundo do túnel: se aguentarmos como Jó, pode ser nos seja devolvido em dobro o que antes possuíamos. Isto é, com tudo aquilo que nós, adeptos sportinguistas, temos aguentado, receberemos no mínimo o plantel do Real e do Barcelona juntos. E mais um clube de topo da liga inglesa para fazer uma equipa B. E nesse dia, pode ser que cheguem  as mais belas da época.


E porque hoje é domingo, eis o que se me oferece dizer...
 
 

sexta-feira, 4 de janeiro de 2013

Abaixo as resoluções de Ano Novo! Precisam-se soluções para o novo ano...

 
 
 
 
 
Não me vou armar em Livro das Trombas e perguntar como está tudo, até porque não tenho nada a ver com isso. E de pessoas que se metem onde não são chamadas, está a troika cheia.
 
 
Não vou fazer nenhum balanço do passado ano, até porque o almoço soube-me bem, não tenho nenhum balde aqui à mão, e São Bento já gastou a quota de desperdício deste hemisfério, por hoje. Para coisas indigestas, já basta o Orçamento de Estado 2013 a.k.a. "Gaspar goes medieval on us".
 
 
E quanto a resoluções de Ano Novo... Pois que fruto de um Revelhão sob o tema " O Vilarinho ao pé de mim é um menino!", dei por mim a achar que as resoluções de Ano Novo são uma treta (adicionar fungadela e aqui temos o momento Jorge Jesus do post. Por muito que me custe, alegra sempre qualquer casa)! 
 
 
E perguntam-me vocês, porque é que as resoluções do Ano Novo são uma treta? Ou provalmente não perguntam, porque estão tão interessados na minha opinião, como o Eládio Clímaco na última edição da Playboy. Mas eu vou dizer na mesma, até porque sou uma pessoa dada à persistência ( o meu marido estranhamente chama-lhe teimosia, sabe-se lá porquê). Se assim não fosse, já tinha dado uma de Linda de Suza e seguido o conselho do vosso Primeiro-Ministro (sim, que ele a mim não me é nada; mais depressa punha a cruzinha no boletim de voto para eleger uma fossa asséptica).
 
 
Ora, quanto a mim, as resoluções de Ano Novo fazem tanto sentido como um camelo no Pólo Norte, como um pinguim no Sahara, como o Isaltino Morais ainda não ter mudado a residência fiscal para o Linhó, ou o Godinho Lopes para o Miguel Bombarda.
 
Que sentido faz decidir " vou deixar de fumar", exactamente na noite em que expiramos mais fumo do que uma fábrica de celulose em hora de ponta? Como levar a sério a promessa de substituir a modalidade desportiva do levantamento de copo pelo levantamento do halter, exactamente na noite em que o nosso desempenho não fica a dever nada a um Jorge Palma em noite de Globos de Ouro? Ou um Jorge Palma em qualquer outra noite, vá.
 
 
Ninguém me tira da cabeça que o Renato Seabra encomendou os testículos do Carlos Castro ao criador, fruto de uma resolução de Ano Novo. Quase que o consigo visualizar: aninhado em lençóis de cetim cor de pérola, fazendo um meigo cafuné com a mão direita na cabeça grisalha do cronista. Nesse momento, Renato pensou " Vou deixar de ser homossexual", enquanto afiava o saca-rolhas com a mão esquerda.
 
 
E sobre as resoluções de Ano Novo, eis o que se me oferece dizer...



P.S. que só será entendido pelo destinatário, pelo que não vale a pena tentar ler nas entrelinhas: És surdo, és surdo, mas abriste-me os olhos! A gerência agradece...