terça-feira, 22 de março de 2011

Eu nem quero ver!





Apagão no Parlamento

O Parlamento encontra-se às escuras desde as 18h50. Por motivos ainda desconhecidos houve uma falha de energia que já dura há meia hora e nem os escritórios ou os corredores do Parlamento têm qualquer tipo de luz.

- Correio da Manhã, 22/03/2011

Há poucas coisas que guardo dos primeiros tempos da faculdade, o que não as torna no entanto menos relevantes. Passo a elencar algumas:

  • Não beber imperiais em jejum antes das onze da manhã. Come ao menos um rissolinho primeiro
  • Os elementos das tunas têm a resistência de uma barata. Por muito que levem com os pés vão sair debaixo do teu salto alto a marrar alegremente com a pandeireta na testa ( o que ganha o efeito sonoro adicional com o eco produzido)
  • Não estudes hoje, aquilo que podes ler por alto meia hora antes do exame

Anda last, but no the least quais os critérios que dão a um determinado facto o carácter de notícia.

E convenhamos meus amigos, não é para embirrar com o Correio da Manhã, outra vez. Eu sou uma pessoa justa. O meu marido andou a fazer umas pinturas cá em casa, e para proteger um pechiché das pingas não há melhor. Mas a bem dizer que a falta de luz em São Bento, não é novidade desde que assentaram o primeiro tijolo do dito edifício.
Posso no entanto adiantar-vos que os nossos deputados deram o tempo por bem empregue. A ver:

  • Podemos assumir que as eleições estão ao virar da esquina, certo (apesar de Sócrates as anunciar como uma praga bíblica, coisa exagerada, pois não me parece o Pseudo Engenheiro ganhe novamente)? Pois eleição rima com, com? Sim, também com perversão, mas não era um sinónimo que eu procurava.
  • Eleição rima com coligação. Como quando morre alguém que a quem devotava a mesma estima que a um piáçaba , mas só porque morreu passou a ser um ser humano maravilhoso (não, não estou falar do Carlos Castro). Quando um partido não tem maioria há que arranjar alguém moribundo politicamente.
  • Há então a necessidade de fazer uma aproximação, criar uma relação, quem sabe um cafunézinho para acertar agulhas. Que é como quem diz: ora tu ficas com o da Economia que eu fico com o da Defesa, senão já não brinco e tens de me devolver as quatro Fundações que inventámos, quer dizer, apurámos como imprescindíveis de forma consensual.

Pois é, se há coisa que eu aprendi não na faculdade mas no liceu, nada como uma partidinha de Quarto Escuro para criar afinidades ideológicas.

Nota de rodapé: O apagão, da eletricidade propriamente dita, durou cerca de uma hora. Onde estará o teu piquete, Portugal?

sexta-feira, 25 de fevereiro de 2011

Assim que enriquecer, emigro...


 

"Pipoca Mais Doce. "Assim que enriquecer compro uns Louboutin"

- ionline 25/02/2011


Só um momento. Deixem-me só virar um shot de absinto e pôr um comprimido debaixo da língua. Ok, acho que estou em condições de continuar. 

Para quem não conhece,  Ana Garcia Martins é detentora do blogue pessoal mais visitado do país, e o sucesso é de tal ordem que registou a marca e vai lançar merchandising. E qual é o segredo? Temas fracturantes, uma escrita acima da média, pontos de vista revolucionários? Nope. Sapatos. Malas. Vernizes. Roupa. Cremes.

"Optei por fazer um blogue cor-de-rosa, mais para mulheres." Lógico, não? Gaja que é gaja, gosta de cor-de-rosa, e não há mais ditos até à morte. Gosto tanto quando me enfiam num saco, toca-me mesmo no coração... No sítio da trombose (acabei de ver um anúncio do CD "A Pipoca mais Doce". Um desfibrilador, rápido!).

Provavelmente, podem considerar que as minhas críticas são motivadas pela inveja. Errado! O sucesso da mediocridade em Portugal continua a deixar-me perplexa, só isso. É verdade que este fenómeno faz-me correr para o saco de vómito mais próximo, mas não mais que o Tony Carreira lotar o Pavilhão Atlântico, um conjunto de folhas impressas da Margarida Rebelo Pinto na prateleira dos livros mais vendidos, o José Manuel Coelho ter 4% nas eleições presidenciais... And so on, and so on...

Em tempos escrevi um post sobre aquilo a que eu chamo ternamente blog's de gaja, categoria inegavelmente liderada pel'A Pipoca Mais Doce: http://apenas2minutosdeatencao.blogspot.com/2010/09/whatever-aviso-navegacao-isto-nao-e-um.html. Não foi escrito para ela, mas as influências são inegáveis.

No entanto, em abono da verdade,  acho que o nome escolhido pela Ana Garcia Martins não podia ser mais adequado. No fim de ler o blogue da citada (duas visitas, não mais) ou virar um balde de pipocas, a sensação que me fica é a mesma: enjoada.

E sobre blog's com-nomes-de-coisas-que-comemos-no-cinema-quando- queremos-incomodar-os-outros, é o que se me oferece dizer...


quinta-feira, 24 de fevereiro de 2011

É a política, estúpida...





Meus amigos, aqui vai um medley (sim, vou resistir à piada fácil via trocadilho) patrocinado pela fina flor da nossa classe política. Preparados? Partida, lagarta, fugida (sempre quis incluir isto num texto)!


Marcelo diz que há sinais de que Portugal pode precisar do FMI

Brilhante! É por estas e por outras que Ele é o Professor. Tamanha perspicácia, tamanha visão. É desta massa que são feitos os verdadeiros génios. Marcelo adianta também que há sinais de que o Sporting precisa de um novo treinador, e de que o Jorge Palma precisa de um fígado novo.


Passos Coelho afirma que os que falam em crise política estão a falar demais

Cá está. Quem sai aos seus não degenera. Passos Coelho já percebeu que falar não é o caminho para o sucesso, caso contrário o Prof. Marcelo estava em Belém, e não em Queluz. "O silêncio é de ouro" e "Não subestime o valor de uma bela marquise" terão com certeza sido os conselhos do nosso Presidente ao seu delfim. E que bem ensinado que ele é. Não sei se temos material para Primeiro-Ministro, mas se precisarem de um bom mimo...


Luís Filipe Menezes acha que Portugal precisa de refrescar a democracia

Está lá perto, Luís, mas na minha modesta opinião, acho que não é com refrescos que vamos lá. Sejamos honestos, a democracia portuguesa precisa de um whisky duplo, sem gelo. Ou se quisermos fugir aos estrangeirismos, precisa de um Licor Beirão, de uma Aliança Velha, de uma Macieira, de uma Mil Nove e Vinte (quem souber o que é uma Mil Nove e Vinte ponha o dedo no ar. Ok, Jorge Palma já podes baixar). Com políticos como estes, a centenária anciã precisa, no mínimo, de uma bica com cheirinho.


Segundo Rui Rio, temos um poder político desacreditado e fraco

Sinto-me relativamente tentada a não fazer comentários. É que há declarações que falam por elas mesmas, comentá-las é como fazer piadas sobre o casamento da Bárbara Guimarães e do Manuel Maria Carrilho: demasiado óbvio. Corrijam-me se eu estiver errada:mas o caro amigo não é Presidente da Câmara? Poder autárquico, certo? E o Tiro no Pé D' Ouro vai para... Rui Rio!

E tudo isto num só dia... A Líbia pode lixar-nos as reservas de petróleo, mas quanto às reservas de estupidez, estamos garantidos.

E sobre política, por hoje, é o que se me oferece dizer...

P.S.: O facto dos citados serem todos representantes do Partido Social Democrata é uma feliz/pura coincidência. Aposto que depois de ler estas linhas, o nosso Primeiro me vai fornecer material para um pisa-papéis da envergadura do "Equador".

terça-feira, 22 de fevereiro de 2011

Levanta-te e Ri na Herdade da Casa Branca





                     "Scissor Sisters no Sudoeste 2011"

Não há muito tempo esta notícia teria lugar exclusivamente num alinhamento cómico, ou numa notícia d'O Inimigo Público.

Sim, mas isso era dantes. Isso era no tempo em que o Sudoeste pôs Portugal na rota dos grandes festivais europeus. E sabem como é que conseguiram isso, caros organizadores? Não, não foi com a Roda Gigante. Não, também não foi com o McDonald's. Não, também não foi com a cerveja em quantidades industriais... Bem, se calhar esta parte deu uma ajudinha, mas se fosse só para encontrar álcool em proporções galácticas, ia a casa do Manuel Vilarinho. Portanto, também não foi isso. Então o que é que terá sido afinal? Rufo de tambores, suspense, emoção: M-Ú-S-I-C-A!

Ah, isso! Pois é: Grandes Concertos, Grandes Bandas, Grandes Artistas! Ainda alguém se lembra disso ou sou só eu? Nomes novos, nomes conceituados, Estrangeiros, Tugas, uma orgia de música no meio do pó, com um menu gourmet exclusivo: cerveja, bifanas, e cerveja, latas de atum, e cerveja e batatas fritas, e uma constante névoa tipo comício do Bloco de Esquerda. Um fim-de-semana prolongado, uma ressaca mais que prolongada, lesões cerebrais permanentes, mas memórias que apesar de tudo não se esquecem:

1999: Belle Chase Hotel, JonSpencerBluesExplosion 
2003: Jamiroquai, Moloko
2004: Franz Ferdinand, Clã
2005: Ben Harper, FatBoySlim (o último grande ano para mim)
2006: Prodigy, Buraka Som Sistema
2007: Manu Chao, Sérgio Godinho
2008: Chemical Brothers, Camané
2009: Faith No More, Muchachito Bombo Infierno
2010: Mike Patton's Mondo Cane, Beirut

E agora o que temos nós este ano, só assim para começo de conversa:

2011: Amy Winehouse & Scissor Sisters

A sério? Mesmo a sério? Só não fico com a convicção que o SW se transformou num festival de Stand-Up, porque a Amy já provou no palco do RiR que essa é uma posição que ela tem alguma dificuldade em manter.

E a cereja no topo do bolo: Scissor Sisters? Não esgotaram a quota de falsete na Zambujeira, com o Mika o ano passado? Depois de terem trazido a Feira Popular para a Herdade da Casa Branca, agora vão fazer uma noite à la "Finalmente"?

O ano passado pouco tempo antes do Festival escrevi um post, num outro maravilhoso recanto da blogosfera, que dizia no último parágrafo "Concluindo e resumindo, eu vou ao Sudoeste este ano."  Pois fica desde já aqui lavrado: este ano não vou!

Resta-me uma palavra de agradecimento à Música no Coração. Não pelos nove anos de música que me proporcionaram até agora. Pelos 90 euros que me vão poupar este ano.

E sobre o Sudoeste 2011, é o que se me oferece dizer... 

quarta-feira, 2 de fevereiro de 2011

Desperdício público


 Vi duas singelas reportagens na RTP1 nos últimos dias, que me deixaram a fervilhar. E não, não é aquele fervilhar bom, quando deito uma ginginha d'Óbidos abaixo. É aquele fervilhar mau que acontece quando oiço "Isto o que fazia falta era um Salazar em cada esquina!".

Sou apologista do serviço público, o Telejornal é o meu serviço noticioso por excelência, senão em exclusividadade. Talvez por isso, este tipo de não-notícias me deixem em brasa, próxima do registo Valentim Loureiro (asseguro que não é bonito de se ver).

Passo a explicar:

"A freguesia de Aldeia Viçosa, no concelho da Guarda, passou a figurar no "Guinness Book" com a confecção da maior quantidade de arroz-doce do mundo."

O que é isto, meus amigos? Pensava que os americanos detinham o monopólio dos cúmulos da parvoíce, mas nós estamos a aproximar-nos a passos largos.
Ora vejamos: eles elegem duas vezes o W. Bush, nós elegemos duas vezes o Cavaco. Os americanos detêm o recorde da mais longa maçaroca biológica alguma vez ejectada: 3,70 metros (sim é de cócó que estou a falar); vai daí a malta entra no Guiness com uma iguaria capaz de pôr o anterior americano a bater a barreira fisiológica dos 4 metros. Sim, que quem teve a oportunidade/infortúnio de ver a reportagem e reparou na textura do arroz-doce... Caríssimos, já vi sarjetas à porta de alguns bares de Santos com um ar mais apetitoso (o humor escatológico fica por aqui, prometo; se é que alguma vez a parte do humor deixou vestígios neste texto).


"Manhã em Cantanhede: amigos e conhecidos confessam alguma ansiedade"

Contextualizando: Véspera de audiência do Renato Mãos de Saca-Rolha Seabra. A desgraçadinha que tirou a palha mais curta na redacção da RTP vai para Cantanhede, para a porta da papelaria ao lado do Café Central (há sempre um Café Central, Cantanhede não há-de ser excepção) observar as publicações que os reformados e/ou domésticas estão a comprar. E ó espanto, ó estupefacção eles estão a comprar adubo em formato papel, isto é, revistas cor de rosa e o Correio da Manhã, para se informarem sobre, passo a citar "o caso do rapazinho". E assim se gastaram cerca de  5 minutos de espaço informativo no canal público de televisão, que podiam ter sido empregues a filmar coisas tão mais estimulantes como uma colonoscopia (isto não chega a ser escatológico, pois não?).

E sobre desperdício público, é o que se me oferece dizer.

segunda-feira, 31 de janeiro de 2011

Desacordo ortográfico




A minha filha, herdeira com direito a up-grade do mau feitio que (dizem as más-línguas)
me corre nas veias, disse-me algumas vezes quando a corrigia de um qualquer erro ortográfico "Mãe, porque é que eu não posso dizer como eu quero?" Do fundo da minha infinita (se calhar infinita é exagero), enorme (é possível que ainda me esteja a esticar um bocadinho), moderada (tem dias), vá da melhor paciência que eu consegui apurar respondia invariavelmente: " Filha, a língua portuguesa tem regras que devem ser respeitadas. E fazes o que eu te mando, se não queres levar um sopapo que te viro!"

E agora do alto do meu poder inquestionável de mãe (e agradecendo o facto da minha filha ainda estar sujeita ao lápis azul informático cá de casa) afirmo: "A língua portuguesa ganhou novas regras e eu vou dizer/escrever como quero!" E parafraseando a dita pequena: "Não há mais ditos até à morte!"

Sou só eu, ou nunca deram convosco a resmungar para dentro ao lerem algo em determinado jornal que encontram casualmente em cima do balcão, enquanto bebem uma bica pingada: "Estes gajos para além de desperdiçarem 99,7%  de jornal com assassinatos à catanada,  acidentes com amálgamas de aço e tripas, e o rating sexual do Cristiano "E quem será a mãe da Criança?" Ronaldo, ainda dão erros! ", e só depois vos cai a moedinha e se lembram do sacana do acordo ortográfico?

Nunca vos aconteceu? Isso pode ser: 1-para cima de espectacular; 2-nem bom nem mau, antes pelo contrário; 3- absolutamente trágico, na minha modesta opinião. Passo a explicar:

  1. Hipótese para cima de espectacular: Não passam os olhos pelo Correio da Manhã há aproximadamente 700 dias
  2. Hipótese nem bom nem mau, antes pelo contrário: o acordo ortográfico não vos dá o mais pequeno abalo ao pífaro, aliás para vocês uma onomatopeia é com toda a certeza um bicho invertebrado, e a sintaxe é um tecido algures entre o poliéster e a lycra
  3. Hipótese absolutamente trágico, na minha modesta opinião: já escrevem segundo o acordo ortográfico, sem possuirem o álibi de estarem a frequentar actualmente a instrução primária.
Quero com isto anunciar que este é o primeiro Manifesto deste blogue: A Autora deste texto (e dos que estarão para vir, assim a crise não me lixe de tal forma o orçamento, que eu tenha de cortar a MEO) não escreve segundo o Acordo Ortográfico!

Parafraseando esse célebre vulto da música popular portuguesa e do Louro Platinado nº 7: "Podes ficar com as jóias, o carro e a casa, mas não fiques com ele!"

Ele, o Português: a nossa língua é a única possibilidade desta vossa humilde serva partilhar algo com o Eça de Queirós, com o  Fernando Pessoa. Doutra forma só se deixar crecer o bigode, e o meu matrimónio é capaz de se ressentir um nadinha com isso.

E sobre o acordo ortográfico, é o que se me oferece dizer.

sexta-feira, 28 de janeiro de 2011

Licença para arrumadores


Estou deliciada com a seguinte notícia: "A Câmara Municipal de Faro quer profissionalizar os arrumadores, atribuindo-lhes uma licença e forçando-os a inscreverem-se nas Finanças e a pagar impostos."

A primeira coisa que me vem à mona assim de repente é: MACÁRIO, MACÁRIO!!!
Macário Correia, actualmente presidente da Camâra de Faro, nunca me desilude. Macário não falha. Sempre uma abordagem fresca, arejada aos problemas que assolam o país.

Já que não "conseguimos" apanhar os tubarões, apanhamos os jaquinzinhos: dada a improbabilidade de sucesso de fazer cumprir as obrigações fiscais e evitar fraudes por parte dos vulgos "Cabeçudos" que pululam neste jardim à beira mar plantado, atacamos a base da pirâmide -  com apenas 157.243 arrumadores, tapamos o buraco da agência do BPN de Carrazeda de Ansiães.

Partindo deste princípio, prevê-se que venham a emitir licenças para outras actividades, das que fazem tanta falta à sociedade, como o Bettencourt ao Sporting. A saber:
  • Licença de Comentador do caso Castro-Seabra: traduz-se em afirmar invariavelmente uma de duas coisas: o cronista/Airbreeze da Broadway era um homem de paixões ou o modelo/Psycho além de ser uma pessoa fantástica, era o Zézé Camarinha de Cantanhede
  • Licença de Membro do Clã Jardim, que pelo que me parece, é uma profissão em si mesma: tem com senão ter de usar um nome digno de um chihuahua
  • Licença de Relações Públicas de espaço nocturno balnear algarvio com nome de stripper moldava: as portadoras desta licença devem ter sido objecto (objecto é mesmo o termo adequado)   de cirurgias estéticas à borla  testemunhadas/fotografadas/televisionadas/esmiuçadas pela imprensa cor-de-rosa e programas da manhã congéneres
  • Licença de José Castelo-Branco: vou-me escusar a mais comentários, o teor humorístico esgota-se na referência do transgénico acima referido
Concluindo, Macário Correia é uma fabuloso exemplo de criatividade autárquica. Depois de ter comparado um beijo a uma mulher fumadora a lamber um cinzeiro, o Sr. Presidente não deve seguramente levar a mal se eu comparar a experiência de o ouvir a um concerto do Zé Cabra.

E sobre a licença para arrumadores, é o que se me oferece dizer.

quinta-feira, 27 de janeiro de 2011

Para começo de conversa





A grande inauguração, o corta-fita, o primeiro post... O cursor está a piscar como se não houvesse amanhã, a pressão é enorme, e tudo está por definir.

O sucesso ou o fiasco deste primeiro texto vai definir se este meu espaço está  destinado ao Wall of Fame dos Blog's ou à mais obscura das sarjetas.
O pânico, a tragédia, o horror (Que saudades, Albarran! Quando o caso prescrever, aguardamos-te de braços abertos), o téfe-téfe de uma má crítica.

Sim, eu sei que isto já é uma perspectiva optimista. Estou a partir do pressuposto que alguém vai ler estas linhas, para além do sr. meu marido (que o faz sob pré-aviso de greve de leito).

A escolha do tema é crucial, fulcral. Tem de ser algo importante, relevante, que atinja os vários segmentos-alvo:
  • Viciados em passatempos ( daqueles que gastam 178 euros em telefone mais IVA, para ganhar um vale de 10 euros numa retrosaria que fica a 263 km de casa) que assim que viram a palavra "oferece" vislumbraram a possibilidade de uma borla
  • Emigrantes/ estrangeiros que ainda não dominam a língua, analfabetos, o Jorge Jesus
  • O Prof. Marcelo Rebelo de Sousa ( acho que ele lê qualquer coisa que se atravesse à frente dele, chegou a sugerir a omoplata do Raúl Meireles como livro da semana)
  • O eleitorado do candidato Coelho
  • Bróculos, alforrecas, a Luciana Abreu
Se fazem parte deste grupo de felizes contemplados, P-A-R-A-B-É-N-S (se calhar falei muito depressa). Caso contrário, estão sempre a tempo de fazer uma lobotomia. Ouvi dizer que há um sítio ali para os lados de S. Bento que as faz baratinhas. Acho que oferecem um cartão de militante do Partido Nacional Renovador, no pacote.

E para começo de conversa, é o que se me oferece dizer.